Meu nome é Mara Gisele Pereira, sou corretora de imóveis, fundadora e presidente da Associação Beneficente Fios Encantados. Minha história de doação começou quando eu ainda era uma menina, pois minha família, apesar de poucos recursos, sempre foi muito engajada em ajudar o próximo.
Posso dizer que essa atividade se intensificou visivelmente nos últimos anos, com a criação do Projeto Fios Encantados, que consiste em confeccionar toucas e perucas em lã para crianças em tratamento oncológico. Eu já sou doadora de sangue há mais de sete anos, sempre estive envolvida com iniciativas de distribuição de alimentos para moradores de rua, além de ajudar uma casa de recuperação de dependentes químicos e fazer parte, junto com meu marido, do grupo de Encontro de Casais com Cristo da minha paróquia.
Foi em 2018, que percebi poderia fazer algo mais e pensei nas toucas e perucas de lã, a exemplo do projeto que nasceu no Alasca. Pesquisei modelos na internet e convidei pessoas que sabiam fazer crochê para entrarem nessa empreitada comigo.
De lá para cá, o projeto só cresceu e hoje, além de já termos visitado dez estados e entregues mais de oito mil peças para crianças em tratamento de câncer, Fios Encantados também tem uma frente de voluntárias que confeccionam máscaras, que foram trocadas por alimentos durante a pandemia. Esse material arrecadado, conseguimos distribuir em casas de apoio para familiares que acompanham seus filhos em tratamento fora de suas cidades de origem, além de famílias carentes ou em situação de vulnerabilidade da região de Jundiaí.
Estamos trabalhando também com os Recicláveis Encantados, que consiste na venda de plástico, papel, papelão e metais e com recursos conseguidos são usados para custear as despesas do projeto, que não tem fonte de renda.
Recentemente iniciamos a confecção dos Corações Encantados, que são as almofadas em formato de coração, distribuídas para dar conforto às mulheres que fazem cirurgia de retirada parcial ou total da mama.
O desafio mais recente que surgiu na minha vida foi abrigar uma família que veio da Paraíba para São Paulo em busca da cura para o pequeno Arthur, um guerreiro que vai receber doação de medula de seu irmão, Pedro. Todos tiveram de vir para cá e não tinham onde ficar, então acolhemos os pais e dos dois irmãos numa casinha que fica nos fundos da casa da minha irmã, Andreia, em São Paulo. Colaboro levando todos eles às consultas e oferecendo toda a estrutura, até que o transplante seja concretizado.
Esse é um pequeno resumo da minha vida e espero que minha história movimente outras pessoas para também se doarem.